A sociedade está saturada, de tudo
e de todos. Os movimentos urbanos estão aí para provar isso e reivindicar
mudanças. Algumas das reivindicações feitas nas ruas foram trazidas para dentro
das passarelas, como no desfile primavera/verão 2015 da Chanel, que apresentou uma manifestação feminista evocando o
movimento solidário He for She dentre
outros. Igualmente, no último London
Fashion Week, Vivienne Westwood
endossou sua posição ao utilizar em sua coleção um adesivo com a palavra Yes (Sim), a favor da independência
escocesa do Reino Unido, que estava em votação naquele período.
Nas ruas de nossas cidades, vemos
mais e mais formas de expressão vinculadas à alguma configuração de arte, tais
como o grafite, stencil e instalação,
que trazem não somente um gosto estético do artista, mas uma angústia dele e de
outros pertencentes à sociedade,
compartilhando a discussão através desta arte. A intervenção Às Margens do Rio Pinheiros, do artista Eduardo Srur, que colocou manequins em
um trampolim à margem do rio em
São Paulo, causou espanto e questionamento das pessoas que
por ali passavam, colocando em pauta o objetivo de conscientização da
importância de recuperar este rio poluído. Essa arte, além de provocar
discussões, traz um pertencimento para aqueles que a vêem e se identificam,
promovendo uma mudança na forma de conduzir o cotidiano e demonstrar a saturação
que estão vivendo. Saturação de mudanças, de padrões a serem acompanhados, de
ordens que necessitam serem seguidas para se obter algo que é dito como meta.
Cada pessoa na sociedade vivencia
uma realidade única, cada um com um background
diferente e, mesmo assim, convivem com milhares de outras pessoas ao decorrer
dos dias neste mundo globalizado. Ainda que cada um tenha a sua realidade, aprendeu-se
a respeitar, a entender e a valorizar as demais realidades, trazendo para si
mudanças vistas no cotidiano dos outros, transformando esse convívio em uma
realidade múltipla.
Por se ter uma melhor visão do
geral, e das especificidades das diferenças dos outros, há uma inclusão
daqueles que, por algum motivo, não se enquadravam no modelo a ser seguido,
seja por deficiências físicas ou por fatores sociais. A arte traz essa inclusão
por meio de fotografias, bordados, filmes e outras formas de expressão, provocando
conhecimento e mudança que, aos poucos, abre um caminho para uma sociedade
igualitária. Dentre os filmes que vêm tratando deste tema, temos o nacional
dirigido por Daniel Ribeiro, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, que será o
indicado do Brasil para concorrer ao Oscar
de melhor filme estrangeiro, tendo como temáticas: LGBT e deficiência visual.
0 comentários:
Postar um comentário