24 de outubro de 2014

Movimento Saturação




A sociedade está saturada, de tudo e de todos. Os movimentos urbanos estão aí para provar isso e reivindicar mudanças. Algumas das reivindicações feitas nas ruas foram trazidas para dentro das passarelas, como no desfile primavera/verão 2015 da Chanel, que apresentou uma manifestação feminista evocando o movimento solidário He for She dentre outros. Igualmente, no último London Fashion Week, Vivienne Westwood endossou sua posição ao utilizar em sua coleção um adesivo com a palavra Yes (Sim), a favor da independência escocesa do Reino Unido, que estava em votação naquele período.
Nas ruas de nossas cidades, vemos mais e mais formas de expressão vinculadas à alguma configuração de arte, tais como o grafite, stencil e instalação, que trazem não somente um gosto estético do artista, mas uma angústia dele e de outros pertencentes à sociedade,  compartilhando a discussão através desta arte. A intervenção Às Margens do Rio Pinheiros, do artista Eduardo Srur, que colocou manequins em um trampolim à margem do rio em São Paulo, causou espanto e questionamento das pessoas que por ali passavam, colocando em pauta o objetivo de conscientização da importância de recuperar este rio poluído. Essa arte, além de provocar discussões, traz um pertencimento para aqueles que a vêem e se identificam, promovendo uma mudança na forma de conduzir o cotidiano e demonstrar a saturação que estão vivendo. Saturação de mudanças, de padrões a serem acompanhados, de ordens que necessitam serem seguidas para se obter algo que é dito como meta.
Cada pessoa na sociedade vivencia uma realidade única, cada um com um background diferente e, mesmo assim, convivem com milhares de outras pessoas ao decorrer dos dias neste mundo globalizado. Ainda que cada um tenha a sua realidade, aprendeu-se a respeitar, a entender e a valorizar as demais realidades, trazendo para si mudanças vistas no cotidiano dos outros, transformando esse convívio em uma realidade múltipla.
Por se ter uma melhor visão do geral, e das especificidades das diferenças dos outros, há uma inclusão daqueles que, por algum motivo, não se enquadravam no modelo a ser seguido, seja por deficiências físicas ou por fatores sociais. A arte traz essa inclusão por meio de fotografias, bordados, filmes e outras formas de expressão, provocando conhecimento e mudança que, aos poucos, abre um caminho para uma sociedade igualitária. Dentre os filmes que vêm tratando deste tema, temos o nacional dirigido por Daniel Ribeiro, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, que será o indicado do Brasil para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, tendo como temáticas: LGBT e deficiência visual.

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