Eloísa Cartonera, uma cooperativa criada por artistas argentinos em 2003, teve a uma linda e brilhante ideia. Criar uma editora. Mas não uma editora comum. Os exemplares são fabricados com folhas de sulfite grampeadas e capas de papelão coloridas a guache. O miolo das obras é feito em uma impressora caseira na sede da editora, a alguns passos do estádio La Bombonera. Já as capas são confeccionadas em papelão comprado (por um preço muito mais alto do que o habitual) de pessoas que vivem de recolher o material pelas ruas de Buenos Aires. O papelão é cortado e pintado à mão por meninos que largam as ruas e passam a receber por sua arte.
Cada livro é único e vendido por 12 pesos na própria editora, em feiras, mostras e em livrarias. As edições não passam de mil unidades e, para algumas pessoas, viram peças de coleção. O catálogo é de primeira e tem somente autores latino-americanos. Ricardo Piglia, Alan Pauls, Mario Bellatin, César Aira, Haroldo de Campos, Manoel de Barros, Jorge Mautner, Glauco Mattoso e Wally Salomão são alguns dos nomes ilustres que cederam seus direitos à editora.
A ideia deu tão certo que, a partir da Eloisa, nasceram pelo menos 15 editoras-irmãs, entre elas: Yerba Mala Cartonera (na Bolívia), Sarita Cartonera (Peru), Lupita Cartonera (México), Animita Cartonera (Chile) e Dulcinéia Catadora (Brasil). Os traços em comum: estão situadas em periferias, desenvolvem uma economia informal de subsistência, trabalham artesanalmente de forma coletiva, imprimem tiragens limitadas e estão sempre em busca de novos autores e leitores.
fonte: blogmoscabranca.com.br
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